sábado, 30 de janeiro de 2010

Caem os corpos

O ano é 1945. O mundo encara a máxima da perversidade e ignorância. Começam a cair os corpos. Novo século, Novo milênio. O fim da inocência foi realmente concretizado? Infelizmente a inocência é, atualmente, um lago finito de águas rasas. Lago que a cada segundo fica mais raso. Somente os pequenos corpos se banham. Cada vez mais baixos. E cada vez mais rápido caem os corpos.
Felizes aqueles pequenos olhos que só vêem beleza, só enxergam paz e sorriem. Felizes aqueles que são poupados de encarar a dura realidade e a enfrentar a sujeira que a vida os reserva. Felizes os banhados. Siga o coelho branco, entre na toca e o resto pergunte a Carrol, pois nem tudo é um sonho. Nem todo final é feliz.
Imagine uma porção de garotinhos brincando em um imenso campo de centeio sem ninguém grande por perto a não ser eu. Fico na beira de um abismo e agarro todos garotinhos que estejam prestes a cair no abismo. Se pudesse fazer a merda da escolha, apanharia todos. Não posso. Caem os corpos.


Ah, claro. Descanse em paz, Salinger.

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