Não consigo esconder meu amor pela dama de mil nomes, mil caras e mil personalidades.
Não posso esconder a paixão por essa mulher de muitos amores.
Não sei negar excitação por essa prostituta suja, barata, limpa e cara.
Para os pioneiros, Nova Amsterdã. Para alguns, a cidade que nunca dorme. Para outros, a Grande Maçã. Para os quadrinhos Gotham e para os ingênuos, a capital do mundo.
Para mim, recanto de almas perdidas, morada de corações partidos, turbilhão de oportunidades, prostíbulo mental e eterna senhora das falsas alegrias.
Te amo, Senhora Liberdade.
Te amo, Senhora Consumismo.
Te amo, Senhora Sabedoria.
Te amo, Senhora Sujeira.
Te amo, Senhora Insônia.
Como te odeio, meu amor.
E estou sozinho, com o mundo ao meu lado, vendo o sol se por na ponte do Brooklyn.
Você sorri pra mim do outro lado.
E estou sozinho, com o mundo ao meu lado, fazendo compras na 5a Avenida.
Você me come e arrota.
Sozinho, durmo abraçado com o mundo no Central Park. Sinto meu sangue pulsar em Times Square. Tomo café no Soho, onde tenho as melhores conversas e me divirto em Greenwich Village, onde jovens derrotaram o mundo um dia.
Com o mundo ao meu lado, vejo os barcos. Vejo, do topo de seu prédio mais alto, seu prédio mais bonito, meu diamante favorito.
Em Wall Street sinto o chão tremer. No Metropolitan, mergulho na fantasia de vidas passadas e na imaginação de mortos.
Percorro suas veias subterrâneas com prazer, sentindo cada um de seus cantos. Os mais limpos e os mais sujos.
Me delicio com cada imperfeição de seu corpo nu.
Sinto sua pele macia. Beijo sua boca molhada. Possuo seu corpo inteiro.
E quando estou com você, tenho certeza de que estou vivo. Tenho certeza de que o mundo é real e as coisas existem.
Você me mostra o mundo tocável e insignificante em que vivemos.
Você me garante que todas as pessoas são iguais e lindamente feias.
Você me dá enorme vontade de viver.
New York, I Love You But You're Bringing Me Down.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
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